domingo, 30 de maio de 2010

LENDA DE OXALÁ


Oxalá

"O grande Orixá", ocupa uma posição única. O mais importante Orixá e o mais elevado dos deuses yorubás . É o dono da argila e da criação, onde molda os seres humanos em barro.

Senhor do silêncio, do vácuo frio e calmo , onde as palavras não podem ser ouvidas. Por apreciar muito o vinho de palma, embriagando-se freqüentemente, perdeu a chance de criar a terra e tornou-se responsável pela moldagem das pessoas e ficou proibido de beber o vinho. Teimoso, às vezes passa por cima dessas regras. Pessoas com defeitos de nascença, provocados por ele, lhe pertencem. Ele as protege para se redimir. Muda de nome conforme a situação .

ARQUÉTIPOS



Os filhos deste Orixá são pessoas calmas e dignas de confiança. São dotados de grande sabedoria, pois estão sempre buscando os significados de tudo o que ocorre ao seu redor, não cansam de estudar e buscar o conhecimento, mesmo com a tendência de serem preguiçosos.

O trabalho braçal não os atrai, preferem buscar lugares onde possam colocar as suas idéias e projetos em atividade. São ótimos projetistas e organizadores. Seus principais defeitos são: preguiça, teimosia e lentidão. Por serem calmos, nunca se deve abusar da paciência, pois quando acaba...

LENDAS

Oxalá era um rei muito idoso que andava com dificuldade, apoiado em seu cajado, o opaxorô . Um dia, sentindo saudades do filho Xangô, resolveu visitá-lo. Como era costume na terra dos Orixás, consultou um babalaô para saber como seria a viagem. Este recomendou que não viajasse. Mas, como o Orixá teimasse em ver o filho, foi instruído a levar três roupas brancas e limo da costa (pasta extraída do caroço de dendê) e fazer tudo o que lhe pedissem. Com essas precauções, o Orixá partiu e, no meio do caminho, encontrou Exu elepô , dono do azeite-de-dendê, sentado a beira da estrada, com um pote ao lado. Com boas maneiras, ele pediu a Oxalá que o ajudasse a colocar o pote nos ombros. O velho Orixá, lembrando as palavras do babalaô , resolveu auxiliá-lo; mas exu elepô, que adora brincar. Derramou todo o dendê sobre Oxalá. O Orixá manteve a calma, limpou-se no rio com um pouco do limo, vestiu outra roupa e seguiu viagem. Mais adiante encontrou exu onidu , dono do carvão, e exu aladi , dono do Óleo do caroço de dendê. Por duas vezes mais foi vitima dos brincalhões e procedeu como da primeira vez, limpando-se e vestindo roupas limpas, continuando sua caminhada rumo ao reino de Xangô. Ao se aproximar das terras do filho, avistou um cavalo que conhecia muito bem, pois presenteara Xangô com o animal tempos atrás. Resolveu amarrá-lo para levá-lo de volta, mas foi mal interpretado pelos soldados, que julgaram-no um ladrão. Sem permitir explicações, eles espancaram o velho ate quebrar seus ossos e o arrastaram para a prisão. Usando seus poderes, Oxalá fez com que não chovesse mais desse dia em diante; as colheitas foram prejudicadas e as mulheres ficaram estéreis. Preocupado com isso, Xangô consultou seu babalaô e este afirmou que os problemas se relacionavam a uma injustiça cometida sete anos antes, pois um dos presos fora acusado de roubo injustamente. O Orixá dirigiu-se a prisão e reconheceu o pai. Envergonhado, ordenou que trouxessem água para limpá-lo e, a partir desse dia, exigiu que todos no reino se vestissem de branco em sinal de respeito ao pai, como forma de reparar a ofensa cometida. É por isso que em todos os terreiros do Brasil comemora-se as águas de Oxalá, cerimônia na qual todos os participantes vestem-se de branco e limpam seus apetrechos com profunda humildade para atrair a boa sorte para o ano todo.

Oferenda: Cangica branca, cocadas, flores brancas, mel, tudo enfeitado em uma bandeja com papel branco.

Local de Entrega: Na beira de água doce ou salgada.

Domínio: Cabeça, mente, cérebro, pensamento, harmonia, clareza, paz.

Responde com Oyá: pela verdades que devem ser mostradas.

Responde com Odé: pelas coisas difíceis de resolver e achar o caminho.

Responde com Oxum: pela união harmoniosa do mundo e do lar, pela prosperidade material.

Responde com Yemanjá: pelos pensamentos, problemas cerebrais, depressões, harmonia e diálogo em família, sócios, amigos, pela paz mundial e pela fartura espiritual.

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